terça-feira, 26 de outubro de 2010

TRUE COLLORS

Igreja católica no centro de Londres lança missa para gays



Enquanto o Reino Unido se prepara para a primeira visita do papa Bento 16 - líder de uma igreja que para muitos é tida como intolerante em relação aos homossexuais -, os católicos de Londres já podem assistir a uma "missa gay", realizada com o aval do Vaticano.
Paul Brown não ia à igreja desde o funeral de sua mãe, em 2002. Agora ele está de volta ao templo, graças à missa para fieis homossexuais, a única do gênero no país. ”Eu procurei uma missa com uma mensagem positiva sobre coisa que as pessoas devem fazer, e não alguém me dizendo coisas que eu não devo", diz.
Usando uma jaqueta de motoqueiro de couro preto, Brown é um fieis que mudaram a cara da igreja Our Lady of the Assumption and St. Gregory (Nossa Senhora da Assunção e São Gregório), em Soho, na região central de Londres. Lá, os fieis cantam hinos com toda a força de suas vozes. Muitos têm menos de 30 anos, e alguns têm os cabelos pintados. De uma hora para outra, o catolicismo parece estar na moda nesta área de Londres.
Se você acha isso um pouco estranho - bem, é mesmo. Afinal, a orientação da Igreja Católica para homossexuais é rígida. Gays e lésbicas são chamados à castidade. Além disso, a única expressão sexual permitida pelo Vaticano é "casamento", na qual todos os atos são dirigidos para a transmissão de uma nova vida, ou seja, para a proibição da contracepção artificial.
Então, como pôde surgir uma "missa gay" (Embora ela seja aberta a todos, foi assim que ela acabou sendo chamada)? "As pessoas estavam acostumadas a se encontrar na igreja anglicana de St. Anne, que é próxima, e havia o sentimento de que era a hora de encontrar um local católico", diz o monsenhor Seamus O'Boyle, o padre da paróquia.
Por meio de esboços de documentos, cardeais da arquidiocese católica de Westminster e autoridades do Vaticano negociaram para chegar a um acordo sobre algumas regras básicas da missa gay.
O que o Vaticano queria era a garantia de que as missas não se tornariam uma plataforma para se contestar os preceitos católicos. Assim, um dos "princípios básicos" desses serviços religiosos é: "Informações sobre a missa devem respeitar o fato de que a sua celebração não deve ser usada para promover qualquer mudança ou ambiguidade em relação aos ensinamentos da Igreja".
Estilo de vida
Os integrantes do Conselho Pastoral de Missas de Soho, que organiza os serviços religiosos, não têm problemas em aceitar estas condições. "Este não é um lugar que oferece uma plataforma para se criticar a doutrina da Igreja", diz o presidente do conselho, Joe Stanley.
"A ênfase é no cuidado com os fieis. Às vezes, as pessoas chegam aqui com lágrimas nos olhos, porque, pela primeira vez, duas partes realmente importantes das suas vidas se encontraram: sua fé católica e sua identidade sexual", diz.
"Minha vida sem a missa em Soho seria mais desanimada, solitária e menos alegre", diz a fiel Renate Rothwell.
Questionado pela BBC se há alguma razão que impeça a realização de missas semelhantes em outras partes do Reino Unido, o arcebispo Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, diz: "Acho que esta é uma decisão a ser tomada por um bispo, e é uma decisão em resposta a uma necessidade dos fieis". Em outras palavras, se outros católicos gays pedirem pelo mesmo em outras regiões do país, isto pode ser levado em consideração.
Mas nem todos estão felizes no seio da família católica. Duas vezes por mês, um pequeno grupo de tradicionalistas se reúnem do outro lado da rua da igreja. Eles rezam com o rosário em suas mãos, cantam hinos e já pediram à arquidiocese de Westminster para acabar com a missa gay. Eles são apoiados por um ex-editor do jornal Catholic Herald, William Oddie, que acusa líderes da Igreja de defenderem pessoas engajadas no que ele chama de "estilo de vida homossexual".
"A ficção que justifica o apoio da arquidiocese para as missas do Soho é que elas são celebradas em benefício de gays que aceitam os ensinamentos da Igreja e, portanto, se afastam de qualquer forma de atividade sexual", escreveu Oddie em seu blog.
Transformação
No entanto, o arcebispo Nichols diz que continuará a apoiar a missa. "Esta é uma missa paroquial para a qual todos estão convidados, mas ela tem um apelo particular a pessoas de uma mesma orientação sexual - não para distingui-las do resto da congregação, mas para dizer que elas podem se sentir em casa aqui", afirma.
"Eu acho que esta é a coisa certa, porque ela oferece lentamente, e isto é lento, uma chance para aqueles que se sentem sob uma grande pressão de identidade a talvez relaxar um pouco e dizer 'não, antes de tudo eu sou um católico e, como um católico, eu quero ir à missa'", diz o arcebispo.
Em uma resposta dura aos críticos da missa gay, ele diz que "qualquer pessoa que tente julgar as pessoas que se apresentam para a comunhão realmente deve aprender a ficar quieta".
Em 1982, na última visita papal ao Reino Unido, uma missa desse tipo só poderia existir no mundo da fantasia. No entanto, desde então, a Igreja Católica britânica passou por uma transformação bastante abrangente.
Seja a imigração do Leste Europeu, a onda crescente do secularismo, a imagem pública de padres e da hierarquia depois dos escândalos de pedofila ou a aceitação de anglicanos casados entre as fileiras do clero: isto é uma comunidade de fieis que faz parte de um grande caldeirão religioso.
Alguns veem isto como uma oportunidade, enquanto outros resistem a mudanças. Às vésperas da visita de Bento 16 (entre 16 e 19 de setembro), é isto que faz os 4,5 milhões de católicos britânicos serem tão fascinantes.

Governo Obama lança campanha contra bullying homofóbico

O governo de Barack Obama acaba de lançar uma campanha com a intenção de barrar o bullying homofóbico nas escolas dos Estados Unidos. A ideia acontece após o presidente Obama tomar conhecimento do relatório a respeito de jovens gays que cometeram suícidio por conta da opressão sexual que sofreram no colégio.

As escolas passarão a ter Conselhos que irão trabalhar a questão do não preconceito por conta da orientação sexual. O objetivo é também levar o projeto para as universidades.

Em seu pronunciamento para a campanha "It Gets Better", Barack Obama disse que ficou "chocado" e "entristecido" ao ter conhecimento dos adolescentes que se mataram e sobre aqueles que se encontram "deprimidos" por conta da homofobia.

O governo Obama enfrenta uma onda conservadora e, do outro lado, a ira do movimento gay norte-americano. Isso porque a Casa Branca apoiou a derrubada da liminar que cancelava a lei "Don't ask, don't tell", que proíbe gays nas Forças Armadas. Porém, o presidente voltou a declarar que está "comprometido" com a revogação da lei, mas que deseja ter a anulação feita pelo Congresso e não pelos tribunais.
DISPONÍVEL EM: http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?origem=dispo&codigo=11993&target=_blank&titulo=Governo+Obama+lan%25E7a+campanha+contra+bullying+homof%25F3bico

MANIFESTO: CRIOU DEUS MACHO QUE PREFERE MACHO E FÊMEA QUE PREFERE FÊMEA

macho_femea

Mais de cem homossexuais são mortos anualmente por crimes de ódio e este tema fica fora da campanha presidencial, tal situação foi veiculada no último final de semana por um jornal de grande circulação nacional em tom de clara preocupação com o desenrolar dos acontecimentos já que está havendo um considerável retrocesso em termos de aceitação da comunidade LGBT. Por derradeiro, as pesquisas mostram um aumento de 62% de crimes de ódio aos homossexuais desde 2007 até agora.
Confesso que o que mais me preocupa nesta trágica situação é indução ao suicídio, já que há um evidente fomento por parte de setores religiosos para que homossexuais caminhem para a morte. Afinal, se eles (gays) não podem ser o que são passam a crer que não há outro jeito senão morrer fisicamente ou, como outros, morrer emocionalmente sofrendo durante toda a vida por se acharem uma anomalia. Pesquisas norte-americanas já revelaram que 30% dos adolescentes que cometiam suicídio nos EUA o faziam por conta de serem gays.

Imagine, por exemplo, um negro ser demonizado e patologizado bem como ser violentado emocionalmente todos os dias por causa da sua cor. Entretanto, já existem em nosso país leis contra o racismo que protegem este cidadão negro, mas a recíproca não é verdadeira em se tratando de homossexuais.

Deus fez macho e fêmea e pela mesma Bíblia encontramos todo respaldo para dizer que Deus fez também machos que preferencialmente se atraem por outros machos e fez fêmeas que preferencialmente se atraem por outras fêmeas. Qual a dificuldade em entender esta questão?

Convém ressaltar que amar e aceitar o gay como é não significa qualquer ameaça a família, pois formamos famílias por vezes muito mais estruturadas que muitos lares ditos “normais”, já que na última campanha alguns parlamentares homofóbicos diziam lutar contra os gays porque defendiam a “família normal”. Será meu companheiro pastor Fábio e eu não somos “normais” uma vez que constituímos um novo núcleo familiar e inclusive estamos em processo de adoção conjunta de uma criança.

Por outro lado, os homossexuais não constituem ameaça a procriação precisamente porque Deus os constituiu enquanto minoria e assim podemos seguir os planos de Deus normalmente. Não queremos revolucionar o mundo. Mas queremos transformá-lo através da inclusão, não da supressão de uma maioria por uma minoria.

Minoria expressiva e que enquanto tal possui os mesmos direitos da maioria justamente por que no jogo democrático somos plurais e singulares ao mesmo tempo: “unum et pluribum!”. As diferenças nos singularizam, a democracia nos torna cidadãos e o Evangelho nos torna irmãos!

O que fazer quando os maiores motivadores de abusos contra homossexuais são os religiosos homofóbicos? Há estudos importantes que vem sendo desenvolvidos, especialmente no Museu Nacional, de âmbito sociológico e antropológico no sentido de comprovar a obra destrutiva que a homofobia religiosa, especialmente no setor evangélico, vem promovendo. Calar-se diante disso seria mais do que covardia, seria um crime.

Claro que não é fácil ser diferente! Mais difícil é assumir publicamente essa diferença em se tratando de homossexualidade devido ao preconceito. Às vezes me perguntam como conseguir tal proeza.

Na minha experiência pessoal falar da minha orientação sexual publicamente foi um meio de protestar contra o sistema da homofobia religiosa, sobretudo “evangélica”. Um protesto que começou há alguns anos, após um pedido de um jovem rapaz que me solicitou para que nunca mais me calasse, já que se ele soubesse deste amor de Deus a todos, sem preconceitos, estaria livre das marcas da homofobia religiosa estampadas em ambos os braços na forma de visíveis cicatrizes de navalha resultantes de uma terrível tentativa de suicídio após uma terapia evangélica para “cura” de homossexuais. Daquele encontro prometi a mim mesmo que jamais me calaria doesse a quem doer.

Desta forma, percebi que enquanto nos calássemos outros homossexuais estariam sofrendo e morrendo daquela mesma forma, por isso que na Igreja Cristã Contemporânea trabalhamos tentando reparar todo este mal feito pela homofobia religiosa a centenas de pessoas LGBT que tiveram as suas vidas destruídas pela religião.

Assim, nestes quatro anos de existência nossa denominação vem corajosamente denunciando a homofobia religiosa, mas não apenas isso; vem igualmente resgatando em progressão geométrica uma enorme quantidade de homossexuais que são fria e cruelmente excluídos de suas congregações, passando por transtornos pós-traumáticos que destroem por completo sua autoestima e os conduz ao suicídio.

Muitas dessas pessoas chegam nas Igrejas Cristã Contemporânea, oriundas desses meios religiosos, absolutamente flageladas, e nós as acolhemos defendendo um amor de Deus a todos, sem preconceitos de qualquer espécie.

Desta forma, desde nossa fundação temos garantido o direito de homossexuais que desejam expressar sua identidade religiosa, em uma sociedade que entendemos dever ser democrática, pluralista e sob o ordenamento jurídico de um Estado Laico.

Explico melhor: a Igreja Cristã Contemporânea não defende que o mundo seja gay, nem deseja que aqueles que sejam heterossexuais tenham a sua orientação sexual revertida. Já os nossos detratores se pudessem nos imporiam (como ainda fazem na maioria de suas Igrejas) “tratamentos” violentíssimos de reversão que deixam traumas permanentes nas pessoas.

Se não defendemos um mundo gay, o que defendemos? Um mundo onde todos possam viver em paz e solidariedade, e onde as minorias como a nossa possam ser respeitadas. Ou seja: o mundo não é gay, mas nós somos e exigimos respeito.

É o tempo de denunciarmos todas as práticas inaceitáveis de preconceito, discriminação e homofobia religiosa que são impunemente expressadas por religiosos homofóbicos ofendendo intoleravelmente a honra e dignidade de toda a comunidade LGBT.

Precisamos dar um basta nesta perigosa influência destes formadores de opinião que praticam preconceito, segregação e reação homofóbica em suas próprias igrejas, e dentro das quais possivelmente encontram-se cidadãos LGBT sem qualquer amparo ou possibilidade de expressão, devido a sua orientação sexual.

Vamos dar as mãos e lutar para que sejam protegidos os direitos de cidadãos LGBT de forma a exercerem sua cidadania plena, independentemente de sua orientação sexual.

Pastor Marcos Gladstone
Fundador e presidente das Igrejas Cristã Contemporânea
Postado em 18/10/2010

Exibindo e metendo