“Foste meu, és meu. Fui teu, sou teu. Possui-te e possuiu-me. Conduziste-me à loucura do desejo e levei-te ao mais supremo grau da vontade.”
A ânsia do desejo era maior que nós dois. Estávamos próximos, demasiadamente próximos de tal forma a poder sentir o calor que emanava de nossos corpos. O ambiente era o mesmo que ele tinha visto outrora, meu quarto no convento. Não havia ninguém por ali e se houvesse, não era impedimento para que se cumprisse o que estava por vir: aqueles corpos, consumidos pelo desejo, pela vontade, pelo calor ardente de dois amantes, estavam certos de que o amor era o cume e que o sexo era a forma mais perfeita para alcançá-lo. Já havíamos nos visto, nos tocado e eu já havia tido a graça de vislumbrar seu corpo, belíssimo, no brilho de um entardecer em meio às plantas de um horto em um lugar qualquer deste Brasil... ali ele me tocou, na alma, vislumbrou cada parte do meu corpo, levando-me ao delírio. Mas agora estávamos ali, entre quatro paredes, no altar do amor, oferecendo nossos corpos um ao outro.
Os toques eram precisos, deslizantes e os beijos cada vez mais doces. O frescor e o cheiro do amor era espalhado pelo ventilador que espalhava o ar frio condicionado que entrava pela porta que dava acesso ao escritório. Cada olhar ficava registrado na memória, cada toque, cada beijo. Despir-se foi apenas o começo do momento mágico. Em meio aos toques, nos deitamos na cama de solteiro que ficava encostada na parede. Entre abraços e beijos, ele ficou deitado debruçado sobre aquele lençol que, a partir daquele dia, tomou um quê de especialidade. Seu rosto brilhava sobre o meu travesseiro e meu corpo se consumia na chama ardente do desejo. Um perfume especial tomou conta do ambiente quando espalhei sobre mim algumas gotas de hidratante de macadâmia, fornecendo a sensação de deslize... deitei sobre seu corpo, acariciei-lhe as pernas e senti sua pele responder ao meu toque colocando cada poro em estado de alerta. Debruçado sobre seu corpo receptivo, fui me introduzindo dentro dele cuidadosamente, ao que ele disse estar sentindo dores por ter sido a sua primeira vez. O incontrolável desejo falou pela minha boca num misto de vontade, ansiedade e medo: fica quietinho. Quando vi, senti a sensação de ter sido abarcado pelo seu corpo que me apertava como nunca. Mexi cuidadosamente um pouco para sentir aquele aperto viril. Foi um momento inesquecível, marcado no século para eterna memória. Era ele que viria a ser o meu amor, minha vida e meu sonho concreto, prova disso são os dois anos de vida conjunta que comemoramos neste dezembro de 2009. O desejo foi maior. Deslizei algumas gotas daquele hidratante sobre seu corpo, levantei-o da cama, fiquei na posição de receptividade e pedi para que me desse a graça de tê-lo em mim. Ele, como que sem entender, veio e me possuiu como meu eterno amante, meu querido, meu amor verdadeiro.
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